sábado, 13 de fevereiro de 2021

Diário de vida - demissão, pandemia e outras reflexões

O ano de 2020 foi um ano sui generis em muitos aspectos e o principal acontecimento foi a pandemia causada pelo coronavírus.  Coincidentemente, como se costuma dizer, o signo do horóscopo chinês do ano passado foi o rato, o agente transmissor da peste negra ou bubônica responsável pela grande epidemia na metade do século XIV. E após as trevas tivemos no século seguinte o Renascimento de Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Botticelli, Raffaello e tantos outros artistas e é o meu período artístico predileto. 

O distanciamento social obrigou as pessoas a se voltarem para dentro de si mesmas e ressignificarem valores, conceitos e padrões de comportamento.  No meu caso além da pandemia tive que encarar a demissão (a primeira e única) depois de 25 anos. Apesar de não ter sido uma surpresa na hora que acontece não é nada fácil. Mas graças a Deus consegui viver o luto para superar essa dor. 

Vou transcrever uma reportagem sobre a demissão do jornalista Fernando Rocha, apresentador do programa Bem Estar que conseguiu superar e se reinventar.

SER DEMITIDO FOI UM CHOQUE

O jornalista Fernando Rocha, de 53 anos, fala sobre sua jornada de reinvenção depois da saída da Globo.

Era uma terça-feira, quando fui chamado para uma reunião na Globo, em 2019. Na época, eu apresentava o programa Bem Estar. Fui comunicado a seco:  "Você não faz mais parte dos planos da casa". Ser demitido em três minutos depois de trinta anos no canal foi um choque. A sensação era como se eu estivesse caindo no fosso do elevador, e o chão não chegava nunca. Enquanto caía, pensava: qual é meu plano B ? Mas eu não tinha um.

Tenho muita consideração pela Globo e pela trajetória que tive lá. Foi onde aprendi a exercer o jornalismo. Admissões e demissões são parte do jogo. Mas assumo que não esperava a minha. Sabia que mudanças estavam chegando. Havia sinais e eu não os percebia. Era prepotente, achava que nunca seria comigo. Logo se espalhou a notícia de que eu tinha sido demitido por causa de uma piada infeliz que fiz ao vivo, durante uma participação do médico Roberto Kalil Filho. Era uma bobagem sobre a despedida do ovo e da clara, sendo que a última diz para o primeiro: "Não fica triste, a gente se vê dentro do bolo". Quem procurar isso no Google com meu nome vai encontrar mais de 1 milhão de referências sobre esse dia. Virei meme. Temos o hábito de compartilhar essas piadas nas redes - só que, quando eu me tornei a piada, não foi tão engraçado.

Sou mineiro, gosto de contar histórias, de rir, mas não sou o tio do pavê. Tinha lido essa piada na internet e achei que seria uma boa contá-la no ar, mas não foi. O doutor Kalil, que é meu amigo, havia tido uma noite difícil no hospital - e também não é uma pessoa muito bem-humorada. Então, ele não reagiu bem à brincadeira. Mais tarde, nós dois rimos desse episódio juntos. E hoje sei que não foi isso que causou minha demissão. O programa acabou: não tinha mais musculatura para seguir. E eu estava no pacote.

Essa ruptura fez com que eu me reinventasse. Passei por um longo processo de autoconhecimento para descobrir quais talentos eu tinha e como poderia usá-los. Recentemente vimos muitas notícias de pessoas demitidas da Globo, e digo a elas o que eu ouvia lá dentro: "Há vida inteligente fora da Rede Globo". Descobri na prática que essa frase é a mais pura verdade. Existe, sim, vida após a Globo. Percebi que meu talento é contar histórias. E posso continuar fazendo isso fora da emissora. Logo surgiram oportunidades para dar palestras, escrever livros e produzir podcasts.

Quando estava com a agenda a todo vapor, outro golpe: a pandemia. Tenho dito que, em 2019, quando fui demitido, eu parecia um cachorro perdido, que caiu de um grande caminhão de mudança. Em 2020, o mundo também caiu desse caminhão. Este ano forçou todo mundo a encarar um processo de reinvenção. Eu tinha muitos planos e negociações em andamento, mas sou obediente aos médicos, então cumpri bem minha quarentena, fiquei em casa. O plano, então, era só organizar meus livros e ler alguns clássicos. No fim, não fiz isso - consegui, porém, terminar meu segundo livro, Como Ser Leve em um Mundo Pesado (Rocco). Nele, eu abri o jogo sobre esse sentimento de como é ser dispensado de uma grande corporação. Quem passa por isso acha que perdeu tudo: amigos, referências, autoestima. Mas, na verdade, você só perdeu o emprego. Sua essência está intacta. Nesse processo, entendi mais sobre resiliência e sobre ter bom humor para rir de si mesmo. O que também me ajudou foi olhar mais para o outro, ouvir histórias de pessoas inspiradoras, as quais estão neste livro.

Acredito numa frase que diz que as ideias estão no chão e, para encontrar a solução, muitas vezes você precisa tropeçar e cair. É lá, no chão, que vamos enxergar novos caminhos. É uma dica de sobrevivência que foi útil para mim, e espero que possa ajudar outras pessoas.


(Depoimento dado a Raquel Carneiro - texto publicado na revista Veja edição 2712 de 11/11/2020)







sexta-feira, 10 de julho de 2020

Diario di vita: Il mio omaggio a Ennio Morricone


Sono rimasta molto triste quando ho saputo che Ennio Morricone non c'è più. Non volendo fare dei paragoni scherzo sempre dicendo che Morricone è il John Williams italiano.

La prima volta che ho visto un film la cui colonna sonora è stata creata e orchestrata da Morricone è stato Nuovo Cinema Paradiso diretto da Giuseppe Tornatore. 

L'ho visto per la prima volta nel 1989 a scuola quando abitavo in Italia più precisamente a Reggio Calabria. Ci facevo un corso per insegnanti d'italiano all'estero.

Siccome la storia si svolgeva in Sicilia tutti gli alunni si sono sentiti dentro il film una volta che per andare da Reggio Calabria a Messina ci vuole soltanto mezz'ora in traghetto. 

La colonna sonora creata da Morricone è meravigliosa e tutte le volte che rivedo il film piango. 


Ennio Morricone dirige l'orchestra



Morricone riceve l'Oscar onorario



Ennio Morricone riceve il premio Oscar per la colonna sonora di "Hateful Eight"



Un servizio su Ennio Morricone in portoghese